Vivemos um momento de crise na saúde que, consequentemente, tem acarretado uma crise financeira mundial. Isso sem falar nos danos que ainda estão por vir como reflexo da pandemia, os quais levarão a uma recessão econômica ainda maior.
Com isso, muitas pessoas físicas e jurídicas já estão começando a sentir o impacto financeiro devido à necessidade de isolamento social e ao comércio de portas fechadas, necessários para a contenção da disseminação do Coronavírus na sociedade.
As empresas de pequeno e médio porte e as pessoas físicas são as que mais sofrem com a paralisação da economia, seja pela falta de reserva financeira ou pela demora que o mercado levará para engrenar novamente.
Pensando nessa parcela da sociedade, o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai oferecer empréstimos com taxas reduzidas ao em relação às dos bancos convencionais. No total, o BNDES pretende oferecer R$ 4 bilhões em empréstimos, destinados a pessoas físicas, micro, pequenos e microempreendedores individuais.
Como funciona o empréstimo via BNDES?
Para dar andamento aos empréstimos, o BNDES vai selecionar algumas empresas de cartões de créditos e algumas Fintechs para realizar essas operações. O BNDES espera ainda contar com mais R$ 1 bilhão a serem ofertados por esses parceiros. Então, no total, os clientes terão acesso à até R$ 5 bilhões em recursos para empréstimos.
Os valores para empréstimos serão limitados, tanto pelas empresas de cartão de crédito, quanto pelas Fintechs. Para as empresas de cartão de crédito, o valor máximo a ser emprestado, por cliente, será de R$ 200 mil, com juros até 3,5% ao mês e prazo mínimo de pagamento de nove meses.
Já para outra modalidade, a ser estruturada por Fintechs, disponibilizará até R$ 2 milhões por cliente, com prazo mínimo de pagamento de 12 meses e os juros não devem superar 4% ao mês. Em ambos os casos, observamos que as taxas de juros praticadas são inferiores àquelas aplicadas pelos bancos privados.
O que são fintechs?
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As Fintechs são canais de concessão de crédito denominadas SCD – Sociedades de Crédito Direto e SEP – Sociedades de Empréstimos entre Pessoas. Todos os serviços prestados pelas Fintechs são realizados via plataformas eletrônicas. Desta forma, o custo operacional delas são bem menores do que os dos bancos tradicionais, alcançando assim, clientes das mais variadas características, inclusive aqueles com menor acesso a serviços financeiros. E o acesso, vale lembrar, é feito com apenas alguns cliques.
Com essa decisão do BC – Banco Central (de possibilitar o crédito via empresas de cartão de crédito e Fintechs), o mercado torna-se mais competitivo, além de alcançar um público que tem reduzido histórico de crédito no Brasil, como, por exemplo, os micro e pequenos empresários, que muitas vezes não podiam contar com crédito de instituições financeiras convencionais, como os bancos.
Uma das regras que o BC impôs para que as transações possam ser realizadas via BNDES em parceria com as Fintechs é que as mesmas sejam constituídas de pessoa jurídica, situadas no Brasil e que tenha objeto social exclusivamente como a participação societária em instituições financeiras. Além das cotas serem destinadas somente a investidores qualificados.
Essa é uma das formas que o Banco Central encontrou de contribuir com mais algumas parcelas da sociedade, para ir ao sentido oposto da crise imposta pela Covid-19.